terça-feira, dezembro 06, 2011

A Miséria do “Novo Desenvolvimentismo” por José Luís Fiori


O cientista político José Luís Fiori escreveu artigo provocativo a respeito do “Novo Desenvolvimentismo“, marca lançada pela FGV-SP. Como o lançamento da Rede dos Desenvolvimentistas, espera-se que o debate entre desenvolvimentistas se volte contra as ideias conservadoras. Reproduzo o artigo abaixo
“O capitalismo só triunfa quando se identifica com o estado, quando é o estado”
              Fernand Braudel, “O Tempo do Mundo”, Editora Martins Fontes, SP, p: 34
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O “debate desenvolvimentista” latino-americano não teria nenhuma especificidade se tivesse se reduzido a uma discussão macroeconômica entre “ortodoxos”, neoclássicos ou liberais, e “heterodoxos”, keynesianos ou estruturalistas. Na verdade, ele não teria existido se não fosse por causa do Estado, e da discussão sobre a eficácia ou não da intervenção estatal, para acelerar o crescimento econômico, por cima das “leis do mercado”.

Entrevista da Professora Conceição Tavares




Em entrevista exclusiva à Carta Maior, realizada pela excelente jornalista, Maria Inês Nassif, a professora Maria da Conceição Tavares defende que o dinheiro do petróleo das reservas do pré-sal seja investido num fundo destinado à Educação e Saúde, mas desde que o governo federal seja o gestor dessas políticas. Ela propõe ainda uma revisão do generoso municipalismo instituído pela Constituição de 1988. “Veja o que os municípios que ganharam royalties fizeram com o dinheiro. Nada”, afirma.
A economista Maria da Conceição Tavares tem 81 anos e adquiriu o direito de falar tudo o que pensa. E está longe de fazer isso com moderação. Na última segunda, em seminário promovido pelas fundações Perseu Abramo, do PT, Leonel Brizola, do PDT, Maurício Grabois, do PCdoB e João Mangabeira, do PSB, ela estava na primeira mesa, debatendo a crise mundial e os caminhos para o Brasil nesse momento histórico conturbado, que atingiu em cheio os países mais ricos. Com um pequeno intervalo para o almoço, foi para a primeira fila da plateia, com direito a intervir quando achava necessário nas exposições dos que a sucederam – muitos deles, seus ex-alunos na Unicamp, como Ricardo Carneiro e Marcio Pochmann.