sábado, dezembro 03, 2011

Debate Keynes vs Hayek


Os vídeos do debate “Keynes versus Hayek e a crise internacional”, realizado em 16/11/2011 na Academia Brasileira de Letras, tendo como palestrantes Jennnifer Hermann, Luiz Fernando de Paula, Rodrigo Constantino e Roberto Castello Branco podem ser vistos em:


PARTE 1: 

PARTE 2: 

PARTE 3:

sábado, novembro 26, 2011

FOGO AMIGO: O MAIOR DESAFIO DE EVO MORALES


Por Luiz Eça

Quando assumiu a Presidência em 2005, Evo Morales, o primeiro índio a ocupar esse cargo, a Bolívia era o país mais pobre da América Latina.
Ele está no poder desde então. E veja o que aconteceu na Bolívia.
Em 2009, o pior ano da crise mundial, foi o país que mais cresceu na América Latina: 3,8%.
Em maio de 2007, o orçamento público apresentou superávit. Fato inédito desde 1940.
A renda per capita aumentou de 3.600 dólares, em 2005, para 4.800 em 2010. E a população abaixo do nível da pobreza passou de 64%, em 2004, a 30%, em 2011.
No mesmo período, o desemprego caiu: de 12% para cerca de 6%.
Hoje, 90% da população é alfabetizada.
Para conseguir esses resultados, Morales realizou uma verdadeira revolução. Ele nacionalizou os hidrocarbonetos, a maior riqueza boliviana, forçando as empresas estrangeiras a aceitarem o Estado como sócio, além de aumentar os impostos do setor. Com isso, elevou substancialmente os rendimentos do estado, dando condições para a promoção de uma ampla gama de programas sociais.
Mas a maior revolução foi transformar a Bolívia numa democracia pluriracial, garantindo uma série de direitos às comunidades indígenas, antes excluídas pelo Estado racista, inclusive autonomia em diversas situações. 

quinta-feira, novembro 24, 2011

Trabalho, Alienação e Emancipação: A Educacação em Mészáros

     Por Aquiles Melo 
 
   Aproveitamos esse espaço para divulgar a dissertação de Caio Sgarb Antunes, intitulada Trabalho, Alienação e Emancipação: A Educacação em Mészáros (ou aqui) e apresentada no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Seu trabalho versa sobre a concepção da Educação em Mészáros a partir de três obras deste autor.

Segundo afirma,

"[...] se a plenitude humana coincide com a atividade vital do ser humano, ao ser desta separado, pelo trabalho alienado, do ser humano é ontologicamente retirada a possibilidade de uma existência humana, sendo a ele, por isso, imposta uma existência cada vez mais alienada, cada vez mais reificada, cada vez mais desumana."



terça-feira, novembro 22, 2011

A crise na Europa e a saída antidemocrática


Por Aquiles Melo

“It has produced a political and institutional crisis because the model of (non) resolution of the crises that has been imposed entails, de facto, the transfer of real sovereignty from democratically elected Parliaments and governments to international financial markets, with or without the cosmetic mediation of intermediaries with more democratic legitimacy, as is the case with EU institutions.


     Os professores Jorge Garcia-Arias, Eduardo Fernandez-Huerga e Ana Salvador, todos ligados à rede Research on Money and Finance publicaram em setembro desse ano um excelente artigo sobre a crise na Europa e as consequências para os modelos de democracia adotados para sua superação. Intitulado de European Periphery Crises, International Financial Markets, and Democracy: Moving Towards a Globalized Neofeudalism?, esse artigo relaciona os (des)caminhos  das políticas econômicas adotadas na UE e as alternativas antidemocráticas adotadas pelos governantes.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Luiz Gonzaga Belluzzo e a Ontologia do Ser Social de Lukács

Compartilho interessante texto do Professor de Economia da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo que será tema de palestra a se realizar no dia 23/11/2011, ás 14:00 horas no auditório do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas: Capitulo IV O Capital como Ontologia do Ser Social.


Novo relatório do grupo Research on Money and Finance analisa crise da Zona do Euro


     Acaba de sair mais um número dos relatórios do  RMF – RESEARCH ON MONEY AND FINANCE  sobre a crise na Europa. Ligado ao Departamento de Economia da Escola de Estudos Orientais e Africanos (School of Oriental and African Studies) da Universidade de Londres, este grupo congrega uma rede de pesquisadores que estudam e analisam as transformações do sistema monetário e financeiro mundial.
    


    Formado principalmente por marxistas como Costas Lapavitsas, Paulo L dos Santos , Diego Guerrero, Makoto Itoh, Juan Pablo Paincera, além de outros importantes pesquisadores, esse grupo contraria o mainstream financial economics e objetiva contribuir com idéias que possam transformar o sistema monetário e financeiro internacional a favor da classe trabalhadora. Seu princípio orientador é que a provisão pública e coletiva deve dar lugar ao mau funcionamento dos mecanismos privados e individuais de dinheiro e finanças. Sem medo de errar, dentro da economia política marxista, esse grupo possui os estudos mais aprofundados da área, trazendo sempre novidades em teoria econômica, economia política internacional e macroeconomia marxista. Disponibilizarei posteriormente vários artigos desse grupo na nossa parte de publicações. Aguardem.  

     O primeiro relatório de Março de 2010 intitula-se EUROZONE CRISIS: BEGGAR THYSELF AND THY NEIGHBOUR e trata das causas da crise da Zona do Euro, bem como de políticas alternativas.

     No segundo relatório de Setembro de 2010 e intitulado The Eurozone Between Austerity and Default os teóricos aprofundam as análises da crise da Zona do Euro.

    No terceiro e mais recente relatório, Novembro de 2011, os autores já trabalham com uma análise propositiva para a saída da crise atual. Com título sugestivo: Breaking Up? A Route Out of the Eurozone Crisis esse relatório aponta alternativas a serem adotadas pelos países em crise que contrariam a lógica ortodoxa da economia. Para essa saída, necessário seria: “adotar um amplo programa econômico e social, incluindo controles e redistribuição de capitais, uma política industrial, e uma profunda reestruturação do Estado. O objetivo seria alterar o equilíbrio de poder em favor do trabalho, ao mesmo tempo colocando o país no caminho do crescimento sustentável e baixo desemprego. Não menos importante, a independência nacional  também seria protegida.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Ermínia Maricato - Nossas cidades estão ficando inviáveis

Do Portal do IPEA


Perfil
Professora titular aposentada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), Ermínia foi Secretária Executiva do Ministério das Cidades, entre 2002 e 2005. Lá foi coordenadora técnica da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. Trazia na bagagem a experiência de ter comandado a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano do município de São Paulo, entre 1989 e 2002, no governo Luíza Erundina. Foi também autora de todas as propostas para a área urbana das candidaturas de Lula a presidência, entre 1989 e 2002. Mais recentemente, exerceu o cargo de conselheira do Habitat, programa das Nações Unidas para assentamentos humanos.
Natural de Santa Ernestina, cidadezinha próxima a Araraquara, ela chegou a estudar Química Industrial no segundo grau e a iniciar a Faculdade de Física, na USP. “Eu tinha uma cabeça boa para matemática”, conta ela, acostumada a lidar com números e indicadores durante toda a vida. “Decidi prestar vestibular na FAU. Entrei em 1967, em plena ebulição estudantil nos tempos da ditadura”. Ali sua atenção se voltou para o planejamento urbano. “Mas hoje ando muito apaixonada pela agronomia, fazendo experiências de plantar frutas raras da mata atlântica, junto com profissionais de diversas origens que tentam recuperar uma gleba na região”. Com uma ponta de indignação, confessa: “Acho que as cidades estão ficando sem perspectivas de solução de seus problemas”.


Ermínia Maricato exibe espanto e indignação com os rumos de nossas políticas urbanas, seu objeto de estudo e área de atuação há quatro décadas. “Para mim, o centro de tudo é a questão da justiça social”, diz ela. Ou seja, de como as metrópoles brasileiras precisam deixar de ser expressão da secular discriminação contra os mais pobres.