terça-feira, agosto 28, 2012

A natureza da estagnação brasileira - José Luis Oreiro

em Valor Econômico 30/07/2012

"Estimular o consumo por intermédio de reduções semi-permanentes de impostos e estímulos ao aumento do endividamento das famílias são contrários ao que se deve fazer para restabelecer o dinamismo da economia brasileira", avalia José Luis Oreiro , professor do departamento de economia da Universidade de Brasília, em artigo publicado no jornal Valor, 30-07-2012.
Segundo ele, "a retomada do crescimento em bases sustentáveis exige um aumento combinado da capacidade produtiva e da taxa de crescimento da produtividade do trabalho".
Eis o artigo.

Os dados divulgados recentemente pelo Banco Central confirmam a continuidade do estado de semi-estagnação da economia brasileira que eu havia mencionado num artigo publicado em janeiro deste ano no Valor ("O retorno à semi-estagnação"). Naquela ocasião eu havia argumentado que essa semi-estagnação era o resultado de um processo de natureza estrutural que vem se desenvolvendo na economia brasileira nos últimos anos, ou seja, a desindustrialização.

Dessa forma, o retorno a taxas de crescimento mais robustas exigem a adoção de políticas que induzam a mudança estrutural da economia brasileira com vistas ao aumento da participação da indústria de transformação no PIB. As políticas keynesianas tradicionais de estímulo a demanda agregada não são a forma mais adequada de se induzir esse processo, pois o problema fundamental da economia brasileira atualmente não é "encher de ar quente um balão semi vazio", mas sim mudar a natureza do material usado na confecção do mesmo. Em outras palavras, o problema fundamental de nossa economia é mudar a composição da demanda agregada em direção a bens tradeables, em vez de aumentar ainda mais o nível de demanda. A validade dessa afirmação fica comprovada pela simples inspeção da figura ao lado.

Problematizações Acerca do Conceito de um "novo" Estado desenvolvimentista


Artigo de Ronaldo Fianni

RESUMO:

Este trabalho visa discutir, de forma teórica e preliminar, aquelas que seriam as principais características e dificuldades do conceito de Estado desenvolvimentista (ED). Para isso serão discutidas duas questões fundamentais para a adequada compreensão do conceito: i) os objetivos que caracterizam um ED - em outras palavras, que tipo de desenvolvimento busca um ED?; e ii) quais meios institucionais (atuação indireta sobre o ambiente institucional, ou intervenção direta sobre arranjos institucionais específicos) são usualmente empregados por um ED? Adicionalmente, faz-se breve revisão de algumas questões correlatas ao tema. Palavras-chave: Estado desenvolvimentista, Desenvolvimento, Instituições.

Link:  http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1749.pdf