terça-feira, novembro 22, 2011

A crise na Europa e a saída antidemocrática


Por Aquiles Melo

“It has produced a political and institutional crisis because the model of (non) resolution of the crises that has been imposed entails, de facto, the transfer of real sovereignty from democratically elected Parliaments and governments to international financial markets, with or without the cosmetic mediation of intermediaries with more democratic legitimacy, as is the case with EU institutions.


     Os professores Jorge Garcia-Arias, Eduardo Fernandez-Huerga e Ana Salvador, todos ligados à rede Research on Money and Finance publicaram em setembro desse ano um excelente artigo sobre a crise na Europa e as consequências para os modelos de democracia adotados para sua superação. Intitulado de European Periphery Crises, International Financial Markets, and Democracy: Moving Towards a Globalized Neofeudalism?, esse artigo relaciona os (des)caminhos  das políticas econômicas adotadas na UE e as alternativas antidemocráticas adotadas pelos governantes.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Luiz Gonzaga Belluzzo e a Ontologia do Ser Social de Lukács

Compartilho interessante texto do Professor de Economia da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo que será tema de palestra a se realizar no dia 23/11/2011, ás 14:00 horas no auditório do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas: Capitulo IV O Capital como Ontologia do Ser Social.


Novo relatório do grupo Research on Money and Finance analisa crise da Zona do Euro


     Acaba de sair mais um número dos relatórios do  RMF – RESEARCH ON MONEY AND FINANCE  sobre a crise na Europa. Ligado ao Departamento de Economia da Escola de Estudos Orientais e Africanos (School of Oriental and African Studies) da Universidade de Londres, este grupo congrega uma rede de pesquisadores que estudam e analisam as transformações do sistema monetário e financeiro mundial.
    


    Formado principalmente por marxistas como Costas Lapavitsas, Paulo L dos Santos , Diego Guerrero, Makoto Itoh, Juan Pablo Paincera, além de outros importantes pesquisadores, esse grupo contraria o mainstream financial economics e objetiva contribuir com idéias que possam transformar o sistema monetário e financeiro internacional a favor da classe trabalhadora. Seu princípio orientador é que a provisão pública e coletiva deve dar lugar ao mau funcionamento dos mecanismos privados e individuais de dinheiro e finanças. Sem medo de errar, dentro da economia política marxista, esse grupo possui os estudos mais aprofundados da área, trazendo sempre novidades em teoria econômica, economia política internacional e macroeconomia marxista. Disponibilizarei posteriormente vários artigos desse grupo na nossa parte de publicações. Aguardem.  

     O primeiro relatório de Março de 2010 intitula-se EUROZONE CRISIS: BEGGAR THYSELF AND THY NEIGHBOUR e trata das causas da crise da Zona do Euro, bem como de políticas alternativas.

     No segundo relatório de Setembro de 2010 e intitulado The Eurozone Between Austerity and Default os teóricos aprofundam as análises da crise da Zona do Euro.

    No terceiro e mais recente relatório, Novembro de 2011, os autores já trabalham com uma análise propositiva para a saída da crise atual. Com título sugestivo: Breaking Up? A Route Out of the Eurozone Crisis esse relatório aponta alternativas a serem adotadas pelos países em crise que contrariam a lógica ortodoxa da economia. Para essa saída, necessário seria: “adotar um amplo programa econômico e social, incluindo controles e redistribuição de capitais, uma política industrial, e uma profunda reestruturação do Estado. O objetivo seria alterar o equilíbrio de poder em favor do trabalho, ao mesmo tempo colocando o país no caminho do crescimento sustentável e baixo desemprego. Não menos importante, a independência nacional  também seria protegida.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Ermínia Maricato - Nossas cidades estão ficando inviáveis

Do Portal do IPEA


Perfil
Professora titular aposentada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), Ermínia foi Secretária Executiva do Ministério das Cidades, entre 2002 e 2005. Lá foi coordenadora técnica da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. Trazia na bagagem a experiência de ter comandado a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano do município de São Paulo, entre 1989 e 2002, no governo Luíza Erundina. Foi também autora de todas as propostas para a área urbana das candidaturas de Lula a presidência, entre 1989 e 2002. Mais recentemente, exerceu o cargo de conselheira do Habitat, programa das Nações Unidas para assentamentos humanos.
Natural de Santa Ernestina, cidadezinha próxima a Araraquara, ela chegou a estudar Química Industrial no segundo grau e a iniciar a Faculdade de Física, na USP. “Eu tinha uma cabeça boa para matemática”, conta ela, acostumada a lidar com números e indicadores durante toda a vida. “Decidi prestar vestibular na FAU. Entrei em 1967, em plena ebulição estudantil nos tempos da ditadura”. Ali sua atenção se voltou para o planejamento urbano. “Mas hoje ando muito apaixonada pela agronomia, fazendo experiências de plantar frutas raras da mata atlântica, junto com profissionais de diversas origens que tentam recuperar uma gleba na região”. Com uma ponta de indignação, confessa: “Acho que as cidades estão ficando sem perspectivas de solução de seus problemas”.


Ermínia Maricato exibe espanto e indignação com os rumos de nossas políticas urbanas, seu objeto de estudo e área de atuação há quatro décadas. “Para mim, o centro de tudo é a questão da justiça social”, diz ela. Ou seja, de como as metrópoles brasileiras precisam deixar de ser expressão da secular discriminação contra os mais pobres.

quarta-feira, novembro 16, 2011

Entrevista com Roberto Leher – Governo avança no modelo de Universidade subordinado ao Banco Mundial

Do blog do Professor Christy Pato




Governo avança no modelo de universidade subordinado ao Banco Mundial
ESCRITO POR VALÉRIA NADER, do Correio da Cidadania
05-AGO-2010
Com exígua divulgação pela mídia, especialmente pelos grandes veículos, foi há alguns dias anunciado pelo governo o ‘Pacote de Autonomia Universitária’, através da MP 435/2010 e dos Decretos de nº. 7232, 7233 e 7234.
Esta é mais uma das medidas do governo Lula que, a partir de um olhar raso, pode levar às tão corriqueiras críticas dos setores mais conservadores, ressaltando uma suposta maior participação do Estado na economia, com conseqüente desperdício de recursos públicos. Conclusão a que estes setores chegariam com muita previsibilidade, uma vez incluídas em tal pacote medidas destinadas a contemplar parcialmente demandas estudantis e a, aparentemente, prover as universidades federais com maiores dotações orçamentárias.
Essas ilações não resistiriam, no entanto, a uma avaliação um pouco mais consistente, a qual faria emergir uma realidade oposta às conclusões restritas à abordagem fiscalista. Realidade ao mesmo tempo muito reveladora de um governo que, sob a aparência e a marca repisada da busca por justiça social, caminha muito sorrateiramente na consagração e aprofundamento do status quo, na imensa maioria de suas áreas de atuação.
E o que significa tal consagração e aprofundamento para o tema em questão, o chamado pacote de autonomia universitária? Ao contrário do que sugere o título do pacote, caminha-se no sentido oposto, em irrefutável rota de colisão relativamente à autonomia universitária. Institucionalizam-se as fundações privadas como lócus privilegiado para a gestão administrativa e financeira das universidades, através do famoso mecanismo das Parcerias Público Privadas, que nada mais são do que um artifício para a continuidade da privatização disfarçada do patrimônio público.
Roberto Leher, professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, nosso entrevistado especial, aprofunda a seguir sua visão sobre o novo pacote, associando-o à conjuntura econômica e política de um país que tem aprofundado sua inserção subordinada na economia mundial.

'Governo poderia ser um pouco mais ousado na crise', diz Pochmann

Por Carta Maior

Em entrevista à Carta Maior, presidente do Ipea, Marcio Pochmann, defende que país use fundo soberano para comprar ações de multinacionais e que, para salvar PIB, Banco Central acelere corte do juro. Para ele, economias ricas tornaram-se 'ocas' e, com piora da situação global, arrocho fiscal ficou exagerado e deveria diminuir. Juro real no Brasil deveria ser de 2%, afirma.

BRASÍLIA – Marcio Pochmann tem a voz mansa, baixa e o costume de abotoar a camisa social no pescoço sem usar gravata que fazem pensar que se está diante de um padre. Há quatro de seus 49 anos à frente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o gaúcho é uma hipótese na cabeça do autor de sua nomeação, o ex-presidente Lula, para disputar a prefeitura de Campinas, onde se doutorou em Ciência Econômica em 1993.

Em 18 anos de doutor, Pochmann viu o apogeu do neoliberalismo liderado pelo sistema financeiro e, hoje, assiste à (palavra dele) decadência do mundo rico. Pela primeira vez desde a crise de 1929, quem puxa a economia global são os países em desenvolvimento. O Brasil está na nova locomotiva. Mas, diz Pochmann, deveria ser mais ousado, para encurtar mais a mais depressa a diferença que separa o país do velho “primeiro mundo”. 

Por que não aproveita que algumas ações em bolsas mundo afora custam pouco e vira acionista de multinacionais? Participar da tomada de decisões que repercurtem no país é sempre benéfico. Por que não acelera o corte da taxa de juro do Banco Central e reduz o pagamento de juros da dívida pública? Se protegeria melhor dos efeitos de um cenário externo para lá de desalentador. 

sexta-feira, novembro 11, 2011

Seminário UECE - Desafios e Perspectivas


Frente ao descaso com que o Governador Cid Gomes vem conduzindo a sua política de educação, será realizado nos dias 01 e 02 de dezembro de 2011, no auditório central da UECE, o seminário "UECE - Desafios e Perspectivas". O evento contará com a formação de Grupos de Trabalhos que discutirão autonomia, democracia, pesquisa, ensino e extensão, propondo políticas para essa importante universidade.

Parabéns ao SindUece bem como aos coletivos estudantis que ajudam nas discussões por uma universidade PÚBLICA, GRATUITA e de QUALIDADE!

Avancemos camaradas!
http://www.sinduece.org.br/